Nicolas Sarkozy vs Ségolène Royal

O debate de hoje entre Segoléne Royal e François Bayrou cria confusão nas eleições presidenciais francesas e contraria o «espírito das instituições» do país, acusou o candidato Nicolas Sarkozy, que disputa a segunda volta com a candidata socialista.

Em entrevista a publicar no Domingo pelo Journal du Dimanche, Sarkozy afirma que a primeira volta, que ganhou, «existe para escolher dois candidatos e para que se apresentem dois projectos aos franceses», criticando a presença de Bayrou, o terceiro nas preferências dos eleitores.

«A meu ver, este debate mostrou um apanhado daquilo que a IV República tinha de mais ridículo», afirma na referida entrevista Sarkozy, candidato pela UMP, partido de pendor conservador.

Uma sondagem a divulgar pelo mesmo jornal francês, também hoje dada a conhecer pelas agências internacionais, coloca o candidato da UMP em primeiro lugar na segunda volta, com 52,5 por cento dos votos, com tendência para descer.

O debate, defende Sarkozy, vem instalar a «confusão» e os franceses, que votaram «inequivocamente» na primeira volta, «não devem deixar que lhes roubem as eleições».

Bayrou teve 18,57 por cento dos votos na primeira volta, e a opção destes quase sete milhões de eleitores na «eleição a dois», a 6 de Maio, será decisiva na escolha do novo presidente francês.

Na referida entrevista, Sarkozy vem também rebater as acusações de que terá pressionado a comunicação social a não divulgar o debate, afirmando-se alvo de «difamação».

«A mentira, o insulto e a difamação não deveriam ser elementos do debate democrático», e as acusações de pressão são «insultuosas para os jornalistas e degradantes» para os seus autores.

Sobre Bayrou, o candidato da UMP afirma que «não se parece» com o «homem que conhece há 20 anos».

Segoléne Royal é para ele uma incógnita: «no Domingo [a candidata socialista] recorda que a sua maioria está com a extrema-esquerda; na segunda-feira está de mão dada com o centro».

No debate com a candidata socialista, marcado para a próxima quarta-feira, Royal não irá beneficiar da sua condição de mulher porque «acima de tudo, é candidata ao mais alto posto do país», frisa Sarkozy.

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